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Jovem animada, acha que falta sorrisos e jazz no mundo. "Crianças estão agindo como velhos", diz ela "as pessoas acham que já viram de tudo e perdem as esperanças. Esquecem que os jovens só conseguem fazer revoluções por sua infinita capacidade de tentar, retentar e sonhar". A jovem que tem 21 anos estuda História e Artes Visuais e diz que seu próximo sonho a ser alcançado é poder dar aula.

sábado, 18 de junho de 2011

Não números, pessoas!

"Todos somos bissexuais"

Quem diz é minha psicóloga com especialização em sexologia e em seus já quase o que? Quase 70 anos?
Essa nova geração tem tido uma liberdade maior de exploração da própria sexualidade graças as grandes explosões de movimentos nos anos 60 e a popularização do sexo na mídia nos anos 80/90. Mas são crianças, adolescentes - perdidos. Eles sentem o desejo pelo mesmo sexo e não sabem o que fazer com isso, não são aconselhados ou entendidos, não exista quem fale pra eles que isso é normal, ainda mais nessa idade de estouros hormonais.
Outra falha da escola contemporânea que não foi contemporanezada, a falta de uma disciplina que dialogue com os alunos como as pessoas que realmente são (e tão cheias de dúvidas dessa idade) e não como máquinas de responder a resposta certa. Não adianta aos alunos entenderem mesmo a filosofia se eles não souberem quem eles mesmo são.
Vejo gente irritada pq não existem mais pessoas heterossexuais e outras com preconceito contra a heterossexualidade. Essa geração tem essa facilidade de explorar experiências com ambos os sexos, algo ótimo, mas que acaba fazendo com que eles se percam bastante nesse mundo de identidades. O fato é que não existe X-ssexual coisa alguma, todos nós somos feitos para amar e sermos amados por alguém de sexo indiferente, o que existem são preferencias (provindas de experiência, convivência e cultura), a "heterossexualidade" é só um jeito inventado de garantir herdeiros para as grandes famílias - o próprio inventor da história, Heródoto em seu livro "História", diz que em seu tempo homens costumavam ter relações íntimas com homens e as mulheres eram usadas apenas como modo de garantir o futuro. Claro que a cultura que Heródoto se refere dá uma possibilidade de "homossexualismo" enorme e as mulheres são tratadas quase como objetos, mas isso são relatos de tempos de antes de Cristo.
Hoje mesmo eu conversava com uma colega da faculdade, ela apenas dois anos mais nova que eu e com incertezas enormes da própria identidade. Ela sabe que tem atração por homens, ou melhor, a educação dela até agora foi que ela naturalmente tem que gostar de homens, mas não se enibe em ficar com mulheres. Perguntei e ela confessa que até agora só ficou com mulheres por puro passatempo, mas indo mais a fundo ela se fez perceber que na verdade prefere se relacionar com mulheres ou pelo menos até agora os relacionamentos "homossexuais" dela foram mais agradáveis que os "heterossexuais".
A liberdade que temos do nosso próprio pensar, hoje, nos permite perceber mais isso. Aos 15 ou 16 anos todos nós temos um ou dois blefes de relacionamentos "homossexuais" com algum amigo querido mas logo tentamos esquecer isso já que soa tão estranho. Isso, na verdade, é tão normal que chega a ser sintoma de adolescente saudável. Nessa idade a quantidade de hormônios que nasce de cada uma de nossas espinhas é tanta que esse tipo de pensamento deve passar pelo nosso cérebro. Os jovens hoje investigam mais esse pequeno blefe, colocam ele à prova. O que eles fazem é simplesmente tentar corresponder ao instinto de devolver o carinho independente do tipo de aparelho reprodutor do companheiro ou, dependendo da vivência do jovem, ele pode realmente estar amando.
O principal argumento que ouço contra a "homo" e a "bissexualidade" é a tentativa de cientificidade de que é contra as leis da natureza o relacionamento de pessoas do mesmo sexo, já que não há reprodução. Claro que não há reprodução entre pessoas do mesmo sexo, caso houvesse não existiriam dois gêneros e as pessoas não precisariam do próprio sexo para se reproduzir e tão logo não haveria essa relação afetiva, seria a auto-fertilização e não teria o menor sentido a vivência humana já que não teria motivos para a formação de uma sociedade. Mas somos seres morais e dotados de uma complexidade cerebral que nos permite emoções que em outros animais não é possível, como a capacidade de amar e odiar (necessáriamente sentimentos em oposição já que um não existe sem o outro) e de sofrer por não ser amado ou ser odiado, ao contrário dos cachorros, por exemplo, que tem sua lealdade baseadas na ingenuidade de comida e conforto - instinto. O amar alguém do sexo oposto é simplesmente um instinto reprodutor. Mas nosso instinto diz apenas que amar é o sentido da vida, tanto para a reprodução quanto pra socialidade tão necessária para a nossa sobrevivência tanto quanto principalmente: a busca pela felicidade. Aí não tem segredo, quem já amou sabe da felicidade de amar e ser amado, a felicidade não diz respeito a necessariamente ter reprodução, até pq a adoção é algo visto em praticamente todos os mamíferos (é o instinto de proteger o mais fraco da sua mesma espécie pra que ela possa continuar, que é o mesmo instinto de mães e pais).
Disso todos sabem: amar não tem idade, não tem gênero ou raça. Todos temos a capacidade e a necessidade de amar a qualquer um, a diferença está em a quem decidimos nos dedicar. Não existe a "hetero", a "homo" ou a "bissexualidade", existe apenas o amar.

- Esse post é originalmente do LJ, mas acho que deveria ser algo mais público.

2 comentários:

  1. bohh =O me abri pra ti depois dessa (no bom sentido, quer dizer, no sentido inocente.. ah tu entendeu hahahaaha)

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