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Jovem animada, acha que falta sorrisos e jazz no mundo. "Crianças estão agindo como velhos", diz ela "as pessoas acham que já viram de tudo e perdem as esperanças. Esquecem que os jovens só conseguem fazer revoluções por sua infinita capacidade de tentar, retentar e sonhar". A jovem que tem 21 anos estuda História e Artes Visuais e diz que seu próximo sonho a ser alcançado é poder dar aula.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Breve visão da arte

E quando você chega na frente de uma obra e não entende? "O que o artista quis dizer com isso?". 

"Na arte, por outro lado, não há convenções explicitamente formuladas. As formas de arte não são propriamente símbolos convencionais. O sentido expresso por uma obra de arte reside nela mesma, e não fora, como se ela fosse apenas um suporte para transpor um significado determinado. (...)
Rubem Alves conta (em Conversas Com Quem Gosta de Ensinar - S. Paulo, Cortez - Autores associados, 1981, p. 56) um caso ocorrido com Beethoven, que ilustra este fato. Após executar uma peça sua, numa reunião social, o compositor foi abordado por uma senhora, que lhe inquiriu: "o que o sr. quis dizer com esta música"? Ao que ele respondeu: "isto", e sentou-se ao piano, executando a obra novamente. Ou seja: o sentido de uma obra de arte reside nela mesma, não podendo ser "dito" de outra forma. A pergunta mais inconveniente que se pode fazer a um artista é: "o que você quis dizer com o seu trabalho"? Ora, se o sentido que ele busca expressar pudesse ser dito, ele o faria através da linguagem, que é o meio por excelência para a comunicação conceitual.
O artista não diz (um significado conceitual); o artista mostra (os sentimentos, através de formas harmônicas). O artista procura concretizar, nas formas, aquilo que é inefável, inexprimível pela linguagem conceitual."
— Por que arte-educação? João-Francisco Duarte Júnior. Campinas, Papirus, 1983, p. 45.

O Prof. Dr. João Francisco Duarte Júnior realizou seu doutorado em Filosofia da Educação e atualmente é professor da disciplina “Fundamentos Filosóficos da Arte-Educação” na Licenciatura em Artes na UNICAMP. 
Achei o livro dele por acaso na biblioteca da PUCRS procurando por livros na estante de arte-educação. Note que apesar de ser um livro voltado pra licenciatura em artes a estrutura do livro é tão básica que pode ser usada como princípio pra entender as artes mesmo a nível de curiosidade até de quem mal entra em galerias - ou teatros, já que a arte aqui se refere ao termo artístico geral.
Apesar de ser uma prática acadêmica importante a de citar autores, eu não costumo fazer. Gosto de entender e absorver o que li, digerir a informação e então eu mesma produzir meu entendimento sobre o assunto. Esse trecho do livro, no entanto, conseguiu explicar muito bem uma problemática da arte-educação, seja ela nas escolas, galerias ou mesmo a passiva de quando se vai espontaneamente ao encontro de qualquer prática artística, a dificuldade do diálogo entre o espectador e o artista, a mediação.

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